Quero começar esse texto com uma palavra: equilíbrio.
Uma palavra que carrega muitos desafios e expectativas, principalmente nos dias de hoje, onde se ouve que equilíbrio nunca foi tão importante. Se estar em equilíbrio é tão precioso, automaticamente será algo que iremos buscar a todo custo, mesmo que isso nos desequilibre.
Como assim?! Você está dizendo que na busca do equilíbrio eu vou me desequilibrando, Wélita!? Sim! Exatamente! Nessa busca incansável e inalcançável a gente enlouquece, entra em colapso.
Mas então o que fazer?
Estar em equilíbrio é você estar em harmonia com as diversas esferas da vida: pessoal, profissional, espiritual… e como fazer isso?
Esse ‘se fazer’ em equilíbrio caminha junto com a subjetividade. Eu não posso determinar o seu percurso em busca do seu equilíbrio simplesmente porque isso é muito particular e está vinculado ao objetivo de cada ser humano. Envolve autoconhecimento, estabelecimento de prioridades, envolve desejo.
Dando continuidade à realidade atual, não podemos deixar de pensar em como a vida está acontecendo nessa pandemia, nesse contexto do equilíbrio. O que ocorre é que a pandemia entrou na nossa casa, acelerando conversas difíceis, dando luz aos trabalhos invisíveis, derrubando os muros que existiam entre vida pessoal e profissional.
Hoje, pessoas e empresas estão se adaptando às novas formas de laborar. Algumas empresas estão adotando formas de teletrabalho em muitas funções; outras não renunciam ao presencial; e há aquelas que adotam a forma híbrida. Inseridas nestes modelos, estão as pessoas, que nem sempre se identificam com o modelo que estão submetidas.
Outro dia escutei de uma amiga, que está em teletrabalho, que a vida está muito melhor com essa nova modalidade porque agora consegue ficar mais tempo em casa. Ela tem 3 filhos e o que a angustiava era passar tanto tempo longe da rotina da casa e da família.
Em contrapartida, uma paciente me trouxe que não aguentava mais ficar em casa, com tantas tarefas domésticas e familiares a tratar, e as reuniões marcadas muito cedo, no horário do almoço, ou após o expediente. Tenho tantos relatos de experiências sobre assunto, que daria um artigo apenas com esses relatos! O fato é que, não há como fugir, todos estamos nos adaptando, testando cenários e tentando acertar.
Pensando na subjetividade, é importante que cada um descubra como trabalhar e viver de forma inteligente, ao invés de apenas seguir as regras e buscar o equilíbrio que a sociedade diz que precisa existir.
Saiba o que funciona para você, esse é o primeiro passo.
Citando meu caso como exemplo, sobre modo de funcionamento: eu sou diurna, ou seja, não adianta ter expectativa de produzir no fim do dia ou à noite. Nestes horários, geralmente deixo as atividades mais operacionais. Esse texto por exemplo, estou escrevendo pela manhã, pois é algo que exige de mim uma sequência de raciocínio e pensamento. Já a arte desse texto, faço muito bem à noite, pois não exige muito de mim.
Não quer dizer que se eu precisar escrever um artigo, ou estudar à noite, eu não vá conseguir. Significa que, eu irei gastar mais energia do que normalmente uso quando executo essas tarefas pela manhã. Conhecendo meu funcionamento, organizo minha vida respeitando quem eu sou.
Ao contrário a esse tipo de organização de vida, conheço pessoas que funcionam muito melhor a noite. Então fico pensando na imensidão de modos de vida que existem e nas inúmeras oportunidades que temos de conseguir o tal equilíbrio, cada um respeitando a si e ao modo do outro ser.
Para finalizar, quero trazer uma pergunta em forma de reflexão: você sabe quais são os seus “nãos” inegociáveis?
Uma vez tendo a resposta para essa pergunta, será muito mais fácil percorrer o seu caminho.
E se esta pergunta ficou ecoando na sua cabeça procurando uma resposta que não veio, saiba que você pode procurar ajuda para entender suas prioridades, dificuldades e como seguir em coerência com quem você é.
Sou Psicóloga, Coach e me dedico a saúde mental como o objeto principal do meu trabalho, sobretudo as temáticas que envolvem o estresse, esgotamento profissional (Síndrome de Burnout), ansiedade, depressão e suas implicações. Sou idealizadora da Plataforma Wélita Miranda de Saúde Mental, do Grupo de trabalho Saúde Mental das Mulheres, com Atendimento Psicológico Individual. Gosto de contribuir para o crescimento de quem me cerca e também aprender junto nesse convívio.
Integro esta carreira com consultorias voltadas para Gestão e Gente, onde aplico minha expertise de mais de 15 anos de atuação em grandes organizações multinacionais.
Nascida em Goiás e morando em São Paulo, sou uma pessoa leal aos meus valores, acredito na importância de promover às pessoas um lugar de fala e de desenvolvimento, para que possam olhar verdadeiramente para si mesmas e suas questões, em busca de bem-estar e saúde mental.
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